Platônicos são
os amores impossíveis que iludem com a sua possibilidade. Eles deixam doentes
pensando e pensando... No quê? Só em desejos. Desses que irritam, porque não
podem ser verbalizados. Proibido! Até tento me censurar. Mas a mente é livre de
amarras e logo caio novamente no erro.
Dá vontade de
desviar o assunto em pauta. Quem sabe ler um livro de cabeceira, ou assistir ao
jornal nacional, que até então não interessava nem um pouco? E aí, antes de um
período aceitável, já estou através. Fico atravessada em um abismo sem cair,
porque existem duas pontas de sanidade segurando. Apesar da aparente segurança,
não me acomodo. Um simples sopro, um desvio, pode fazer despencar.
Antes que
perceba, apronto logo uma besteira. Declaro o absurdo. Mas absurdo mesmo seria
não falar e ficar presa. Porém, choro e choro... Afundo-me em lágrimas de
chocolate. E aí me afogo. No entanto, um dia um amor novo chega para jogar um
novo colete salva vidas. Me convencer disso? Só com outra dose de Platão.
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